Capítulo II - O desvio

Olá a todos!

Bem... as opiniões são divergentes quanto ao anterior texto. Se a uns incomoda ler, a outros é indiferente. Tudo depende da experiência de vida de cada um de nós.Hoje acordei inspirada. Mas não julguem que os sonhos são a nossa única fonte de inspiração. Hoje, por acaso, sonhei com um rio. Era apenas eu e o rio, ele a correr e eu a olhar. Uma noite inteira disto... mas pronto. Quando acordei, estava super inspirada! E... resolvi dedicar o dia a escrevinhar. Um dos meus textos é super curioso... e está aqui. Peço desculpa se vai chocar muita gente, pouca gente, ou se ninguém. Ainda mais desculpa peço se a alguém ofender, juro que não é essa a minha intenção. Er... ao pessoal sensível de ouvidos... Por favor não ler, obrigada! =) Já agora, mais uma coisa... não me condenem nem me julguem com base nisto, ok? Por favor... é só mais um texto escrito, usufruindo da minha imaginação.
O anoitecer é a altura ideal para te ver. Para te imaginar com a tua silhueta que me faz sonhar e delirar. Sou submissa perante a tua imagem nesse entardecer. Sou inteira quando te imagino nessa tua pose galante. Não consigo deixar de pensar em ti. De imaginar como seria o nosso encontro. Como seria bom o poder-te tocar sem qualquer entrave. Eu desejei-o e disse-o, mas tu recusaste a ideia como um diabo foge à cruz. Eu não sou mais do que alguém perdida entre o olho, aprecio, quero mastigar mas nada faço. Mas sou resistente. Mesmo após todas as provações por que me fazes passar, eu continuo a gostar de te apreciar ao anoitecer. A te querer ver descer com o teu ar imponente. E continuo a pensar no bom que seria ser eu ao teu lado em vez dessa desgarrada que te acompanha, todas as noites, nesse entardecer que é tão mágico para os dois. Para nós os dois. Mas que tu preferes acompanhar com essa. Com essa... ai... com essa... que nervos! Nem sei o que lhe chamar! Não a quero ofender, nem a quero crucificar. Mas mais do que uma puta ela não o é. Será quando estiver longe de ti. Mas não agora que ela te toma nos seus lábios, de cada vez que por mim passam, ao entardecer, mesmo à minha frente, e que me aperta o coração. E eu sem poder chorar. E tu tão dado à falsa que te acompanha. Não sei... muito confusa e desapontada me deixas neste caso. Desarmas-me só com a tua atitude de entrega total a quem te oferece tudo o que o pudor não cobre (ou cobre, mas não ali, não naquele momento). Sinto um friozinho incómodo a ascender por mim acima. Ela só não te dá mais agora porque eu estou ali. Mesmo que só de corpo, eu continuo ali, chocada, enquanto ela viola agrestemente o nosso entardecer tocando-te. Do mesmo modo que eu te toco nos meus pensamentos. É neles que nós somos amantes. É nos meus pensamentos em que os deleites do corpo são satisfeitos com os devidos correspondentes. É nos meus sonhos e pensamentos, constantes e permanentes em ti, em que sou a tua amante de serviço, em que sou maltratada, mas não me importo, em que sou violada, mas com prazer, em que me abro só para ti, me ofereço de corpo, descoberta e nua dos artefactos humanos que nos recobrem, tal como tomo banho, simples, em que sou suja e destemida, mas sem nunca perder a dignidade, que tudo foi feito por amor. É um desespero de querer-te. Um querer-te corpo e alma só para mim. Não são sentimentos lindos, não são sentimentos nobres e dignos de quem olha para mim e me vê todos os dias a passear o cão, tranquila, com um ar natural e superior. Não são os pensamentos correctos para quem se senta num banco, sempre ao entardecer, diariamente, em vez de voltada para o mar, voltada para a estrada, com o olhar vazio, talvez, quem sabe, cansado da corrida que aparenta ter dado pelos seus trajes, das memórias que lhe invadem a alma. Não são os sentimentos que melhor me servem, mas são os que tenho. No real, vejo todos os dias um casal. Tu chegas mais tarde, ela já te espera. Antes estava lá o outro. Aquele que a acompanha ao local. Pode não ser ninguém, pode ser alguém. Eles despedem-se dificilmente, ele beija-a e ela sorri. Ele vai-se embora e depois chegas. O ar dela altera-se. Passa a franzir o sobrolho e reclama o teu atraso. É sempre a mesma desculpa. Estiveste a pensar nela. E beija-la. Aí vem a minha primeira dor. É uma bruta facada no meu ego, no meu coração. Todo o fogo que em mim despertas fica estilhaçado com esse teu gesto, tão normal e tão vulgar, mas tão duro para comigo. Ignoras-me e voltas a beijá-la. Eu controlo-me para não me contorcer de dor. O livro que me acompanha já tem metade das folhas engelhadas, só ele sabe do meu sofrimento, da nossa secreta paixão inventada. O clima entre vocês, todos os dias avança. Aquece a chama no teu corpo. Ela ainda se deixa apenas levar. Têm vontade de subir... e sobem. A casa é mesmo em frente, e ela já vai toda pendurada em ti. Merda! Devia ser eu! Só eu é que me penduro em ti daquele modo, só eu é que te excito, não é ela. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHH! Que nojo! Quase que nem consigo suportar quando sobem. Já sei o que se passa em cima. Já sei a cara com que tu desces, tempos depois, quando tudo acaba. Já sei a cara com que olhas para mim. Mas hoje não me vou dar ao luxo de voltar a ficara a ver. Mas que coisa! É todos os dias que eu digo isto, mas é todos os dias que por aqui fico. Sou fraca por ti, para ti. Sou fraca e temerosa pelo que vejo. Não tenho coragem de avançar, de sair daqui. Ai... o quanto eu gostava de tomar uma atitude... já subiste. E eu estou a ver. Ela toda enrolada ao teu pescoço, e eu com um vómito trancado na garganta. Mas hoje olhaste para mim. Mais intensamente como que a avaliar-me. A testar a minha confiança, a minha capacidade de aguentar a dor. Mas mesmo assim beijaste-a. Mas nunca paraste de olhar para mim. Todo o tempo olhaste para mimMesmo quando ela se pendurou em ti, tu olhaste para mim. O teu olhar curioso era culpado. Curiosamente culpado. Que queres de mim?Desceste mal subiste. Apenas 10 minutos cronometrados lá estiveste. E eu ouvia-vos daqui de baixo. Gritos, uivos, suspiros, berros. E uma porta a bater. E de repente tu apareces, assim, do nada. Olhas para os dois lados da estrada e avanças. Limito-me a ver. Já deixei de imaginar os nossos encontros sexuais. Tenho a certeza de que és dela. Hoje foste dela. Ontem foste dela. Serás sempre dela. E eu ficarei sempre a sofrer e a olhar... o teu passo é dirigido a mim. Aproximas-te, olhas atentamente. Os teus olhos percorrem a minha alma, não o meu corpo, como eu pensava, mas atentam os meus como que a ler. Eu tenho medo e estou assustada. Ao mesmo tempo, chega o que eu esperava e pelo que eu desesperava, mas fujo, mesmo assim. Tenho medo que leias todos os meus podres pensamentos por ti. Estendes-me a mão. “Vamos.”. Não é uma pergunta. É uma ordem. E eu sou submissa, principalmente ao anoitecer. Levanto-me e vou. Levas-me até ao outro lado do banco. Sentamo-nos a olhar o mar. com as tuas mãos apoias-me a cara, o olhar pregado nos meus olhos, curioso, não sério, não triste, não alegre, não apático, não normal nem excitado. Apenas com a cabeça levemente inclinada, ainda a segurar a minha cara nas tuas mãos, sem parar de me fitar beijas-me suavemente. E ao te afastares de mim, perguntas-me com o olhar mais terno do mundo... “quem és tu?...”
12-08-2008 18:44

Por favor, não se assustem! (=

Comentários

  1. Bem, a primeira impressão com que fiquei ao cruzar os olhos com este blog foi a de que se tratava de um diário aberto ao público.
    No entanto estava enganado. Não se limita a um diário, porém a uma mistura de sentimentos genuinamente sentidos com o brilho e textura dos textos formais, digna de um alquimista.
    Votos de uma boa conquista da ambrosia, o antigo colega:
    Carlos Alexandre.

    Ps- insisto na ideia da bolinha no canto superior direito ~ loly.

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  2. Lindo =) Adorei ler. O texto era grande, gostava que pudesse ser maior. Nunca li nada tão bom teu. Nunca li, confesso, nada tao bom como isto. O leitor sente, nao é um mero espectador, o leitor chega a sofrer. Lindo =)

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  3. Este blog devia ter um aviso do género "para maiores de 18"(eu falo porque fiz os meus há pouco tempo ^^'). A falar a sério, tem cenas muito impróprias lol linguagem por vezes agressiva e tal *,P


    Bem, vamos ao texto: gostei bastante, concordo com o Laranjo na parte em que ele diz que o leitor chega a sofrer *,P O texto é realmente grande e precisava se o ser para resultar. Final 5*'s . Que posso mais dizer? *,)

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