Capítulo XII - Seguir
Olha a ponta de uma linha... Mais um texto Mais uma noite perdida a teclar Mais um tempo gasto numa rima nada poética que me perturba o subconsciente... Onde é que termina? Está a ficar escuro lá fora e eu ainda não vejo hora de me recolher... o meu covil espera-me, quente e escuro, mais escuro que o negro da rua, mas mais confortável que o manto que recobre o céu... é cor de breu. Que mais há para além dela? Temo por nada conseguir pensar. Temo o podre, temo o ressequido. Temo uma fonte de imaginação coberta de estagnação. É pútrido. É macabro. É mau. Tenho que me refugiar deste sentimento Desta incapacidade. Vou partir... Como? Por onde? Talvez seja melhor ficar. Acalmo-me mal vejo a luz. Não a que fica ao fim do túnel, que essa já a vi mais vezes... a linha está a estreitecer e a chegar ao fim. E eu ainda não descobri nada. Parece-me de costura... Quanto mais tenho que dizer? Está para breve o tempo de subir ao eterno. De fechar os olhos para nada mais sentir. De deixar o meu corpo ...