Capítulo XXIII - Só por nada quero divagar

Tu sabias que não podia,
Por um dia, esquecer
O segredo guardado
Arrumado
Do passado
Não posso voltar
Só para ignorar
Os erros cometidos
Indevidos
Da tua indecência
A ausência constante
Do teu ser
Fizeram-me perceber
O quão desgastado
E usado
O nós estava
E continuava tudo igual
Para o mundo
Naturalmente reflecti
E encontrei o que sonhei
Sabia que era em ti
O pensamento, perdido
Que encontrei
No passado, inusitado
O erro provocado
Só porque sim
O que foi para mim
Um problema fenomenal
Induzindo um conflito
E um dilema emocional
Que não pressinto
Mais soluções práticas
Para resolver situações
Como as que provocas
Quando invocas
O mal de nós
São só as vozes interiores
Que chamam e apelam
Daqueles senhores
Que mandam e governam
Algo mais que eu e que tu
Do que sós
Mandam em nós
Têm a fé que os guia
Tiram a ré de mim
Culpam-me do que devia
Ter feito quando se perdeu
O que construí
E quando ardeu
Mais do que ao fogo que cedi
Quando me disseste
Quando propuseste
O sermos
O termos
O ficarmos com o que não
Nos pertencia por direito
Ai as avessas a que me sujeito
Por nada
Por não saber
Por não ter controlada
A vida que vivo e que devia viver
Desgovernada
Sigo recto
Por um caminho nada directo
Ao meu objectivo final
Em que te olho como igual
E digo tudo o que tenho
Ilustrado no meu desenho
Mental
Um barco atracado
Num porto vazio
Sombrio
Abandonado ao desprezo
Mas rapidamente ileso
Por alguém que se preocupa
Que procura se preocupar
Alguém que ocupa
O vácuo de levar
Para longe da origem
Numa vertiginosa viagem
Pelo desconhecido.
Sigo-te.
Queria-te seguir.
Observo-te.
Queria-te prevenir
Que estou aqui
Atenta a cada passo
Protegida como um braço forte
Dos ataques da tua presença
E assim assino
A tua sentença
Desvia-te do caminho
E deixa-me viver

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