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O pesadelo de escrever

E é assim... Até que escreveria... mas escrever tornou-se no horrível fardo de pensar cada letra, cada vogal, cada consoante. Escrever tornou-se me mais uma forma de pensar, em transmitir o meu raciocínio, e não apenas transmitir o meu coração. Sinto falta da desorganização na escrita. Era outra desorganização para além da minha vida. Escrever tornou-se nulo.

Capítulo XXX - 5 anos e uma história curta e deprimente

E é assim... Passaram-se 5 anos num repente.1 ano desde a última vez que falei nisto e ainda  nada mudou... História Curta e Deprimente Olho pela janela e vejo um dia claro, claro como aquela madrugada em que te encontrei na rua, sozinho a chorar. As lágrimas de um homem perdido, sem rumo na vida ou orientações de qualquer tipo. Corriam pela tua barba rala como rios em torno de uma floresta ardida, lavando restos de uma noite que parecia ter passado em claro. Procuravas afeto e honestidade, algo que ninguém te pode oferecer neste mundo egoísta, mas que tentei transmitir com um abraço, tão grande e forte como os meus braços gélidos o permitiam. Consumiam-te sentimentos de culpa por ações que nem compreendi ao certo, mas ouvi com o coração aberto e concordei com um aceno de cabeça. Ficamos juntos, sentados ao frio nessa manhã, vendo o corrupio de uma cidade que aos poucos despertava num torpor zombesco, aumentando o ruido até ficarmos com os ouvidos cheios e alarmes e buzinas e termos qu

Capítulo XXIX - Meias Letras

E é assim... Numa tentativa de me inspirar, fiquei a meio de muito: A) Sinto que exiges demais de mim Não vejo razão para que aconteça tal Sei que por vezes tem que ser assim Mas esta é mais outra lição de moral E levas o esforço pra te manteres no caminho Persegues um sonho, uma ambição Tentas mover o mundo sozinho E acabas apenas destruindo o coração                           [daqueles que sonham] B) Estás a arder, HOT HOT Como fulgurosa criatura Nem na sagrada escritura Aparece o teu posante semblante Lembras a Eva o que é ser mãe E mais ninguém pode negar Que estás a brilhar, SHINE Como estrela cintilante A tua pele de diamante Reluz sobre o luar E penetra-me com esse teu olhar felina Já não és apenas menina, és aquela mulher A tua mulher Já não sei se é verdade Se moras só na minha mente Ohhh o teu lânguido corpo que sente Em passarele pela rua, onde andas toda nua Onde só és minha e tua. C) BITCH! STOP IT! Estou cansada de te ouvir! SHUT UP! Já não quero mais saber. GO AWAY! Toda

Capítulo XXVIII - vontade e determinação

E é assim... Tens mais um lugar Um pedaço de sonho para alcançar Mas para isso tens de sobressair No meio da multidão fazer-te ouvir Ruge como um leão Luta com garra e determinação Falhar não é um impeditivo Alinha a meta, mira o objectivo Só tens de te esforçar Para ao topo conseguires chegar Mais uma reza, mais uma prece Quando a vontade já esmorece

Capítulo XXVII - Um Templo de Jasmim - Partes I e II

E é assim... Parte I – Inícios, Rotinas e Fins Todos os dias são feitos do mesmo: inícios, rotinas e fins. Inícios como as flores desabrocham com o aparecimento do sol, rotinas quebradas pelo canto de uma ave inocente, que interrompe os passos apressados de quem corre para o trabalho e finais felizes ou tristes, dependendo da posição com que os encaramos. Este dia, em nada é diferente dos anteriores: há inícios no acordar sobressaltado com o alarme do despertador, as duas voltas na cama a reclamar com a vida, com a almofada e com a luz que estreita entre as frestas da janela, rotinas na preparação para o trabalho, no juntar os papéis dispersos na noite pela mesa e atabalhoadamente encafuá-los na pasta coçada e sair para apanhar um autocarro como sempre fora do horário, e há fins, como o mendigo que desta vez não abriu os olhos nem lhe pediu esmola para a sopa, o que não o preocupou. Continuou o seu caminho atravessando a selva urbana num veículo apinhado, com gente chapa sete, de cores

Capítulo XXVI - Livre

E é assim... - Hoje o dia está cinzento.  - Cinzento? Mas está sol e não há nem uma nuvem no céu! - Todos os dias são cinzentos. Olhas lá para fora e à tua frente está um prédio cinzento, uma estrada cinzenta, uma rua cinzenta, pessoas com auras cinzentas. Mas nem tudo é mau no cinzento... por vezes um sorriso dá-lhe um pouco mais de cor, de vida e todas as cores combinam com o cinzento. E quem pode culpar? E quem pode dizer não, basta, já chega? E quem pode olhar, para além do ordinário, quebrar uma rotina que não chega a ser genial? Subaproveitamento de tudo. Palavras soltas, tempo a mais, tempo a menos. Mundo que roda e continua no mesmo lugar, ao menos as pessoas continuam no mesmo lugar. Isto é escrita livre!

Capítulo XXV - 4 anos após o início

E é assim... Após 4 anos, as pessoas mudam e o que antes redigiam com facilidade agora já não o fazem. As desculpas são sempre as mesmas "Estou ocupada demais", mas são isso apenas, desculpas. A verdade escondida por detrás de tudo, é a que se tem medo de dizer: "Perdi o meu jeito, tal como me perdi". O que é que se ganha em troca? Um novo registo notarial e mais uns anos de vida, mas perde-se muito... Perdem-se, em especial, os caminhos para a nossa imaginação. Perdem-se as horas de deleite e de prazer a escrever sentimentos não sentidos, paisagens não vistas e coisas de mais. Mas para quê? Para o prazer ser agora dormir ou ver televisão? Que estado... Há que contrariar...